segunda-feira, 10 de outubro de 2011

reportagem póstuma


Pouco antes de fazer dois anos, Susumo Itimura aportou no Brasil vindo do Japão. No interior de São Paulo, cresceu debaixo dos pés de café, como gostava de dizer.
Mas foi no Paraná, para onde se mudou na juventude, que o agricultor se tornou nos anos 80 o "rei do rami", fibra utilizada na indústria têxtil.
Nos tempos áureos, teve 49 fazendas e três fábricas. Só em Uraí, a 428 km de Curitiba e com ...população atual de 11.472 habitantes, possuía mais de mil funcionários.
A neta Vanessa conta quena década de 80 o avô recebeu do governo japonês uma medalha pelo destaque. Hoje, porém, o rami não é mais cultivado. Susumo passou a se dedicar ao café e à soja.
Uraí ele governou por cinco vezes. Em 2008, elegeu-se pelo PSDB na condição de prefeito mais velho do país.
Sua primeira vitória foi em 1963, pelo PSD-UDN, e a segunda, em 1972, veio pela Arena. Em 1978, no dia das eleições, perdeu uma filha num acidente de carro e decidiu se afastar da política. Só retornaria na década de 90 - foi eleito em 1996 pelo PDT.
Aos 93 anos, com um patrimônio de R$ 55 milhões declarado na Justiça Eleitoral, comandou a cidade até junho deste ano, quando a Câmara decidiu cassá-lo devido às suspeitas de pagamentos irregulares e uso de notas frias.
Segundo a família, a decisão foi por interesses políticos.
Até o fim da vida, esteve no comando dos negócios. O estresse pelo qual passou, diz a neta, levou-o a ser internado. Sofria de insuficiência respiratória e cardíaca. Morreu na quinta, devido a insuficiência renal. Deixa seis filhos, vinte e dois netos e sete bisnetos.
(Reportagem de Estêvão Bertoni, publicada na FOLHA DE SÃO PAULO, em 04/10/2011)

Marcas da infância

A infância de Susumo Itimura, no interior paulista, não foi um período de recreação. Era trabalho em cima de trabalho. Tudo o que aprendeu foi na escola da vida.
Uma passagem que muito o marcou - conta - foi quando jovem, trabalhando no meio do café, no interior paulista, viu passar um inglês daquela propriedade, a cavalo, e nem sequer lhe disse bom dia ou qualquer outro cumprimento. Essa frieza do inglês foi uma ofensa para Susumo.
'Tudo bem que ele era o chefe e eu o empregado; não custava, porém, fazer ao menos um cumprimento. Pois assim ele estaria me tratando como gente, mas nem isso. Aquilo me deixou muito revoltado, achava que não era assim que as pessoas tinham que ser. Quando cheguei em casa, naquele dia, me olhei bem de frente ao espelho para saber se eu também era gente, pois não aceitava ser tratado como um animal.'
Mas Susumo confessa que o tempo foi apagando todas essas revoltas da infância. 'Cresci com uma coisa na cabeça: não maltratar as pessoas simples com humilhação. O contrário, fazer diferente daquilo que fizeram comigo. É por isso que procuro tratar bem e respeitar meus funcionários como gente." Um gesto que faz todas as vezes em que visita a colônia de mais de 100 casas que construiu para seus funcionários, em alvenaria, com água encanada e energia elétrica, é dar balas às crianças. 'Elas precisam ser tratadas com carinho', diz.
(Reportagem de Edinelson Alves, publicada na Folha de Londrina, em 18/06/88)

sexta-feira, 7 de outubro de 2011


SUSUMO ITIMURA foi casado com MUTSUYO ITIMURA e teve 7 filhos, 22 netos e 7 bisnetos:
ESTER ITIMURA MORI (12/02/1942), casada com Yassuo Mori, mãe de Ana Cristina, Adalberto , Adalzisa, Adauto e Adriane; avó de Rodrigo, Felipe e Bruno;
JOÃO TETSURO ITIMURA (20/07/1950), casado com Vera Lúcia Sakashita Itimura, pai de Verônica , Patrícia e Luciana; avô de Letícia e Kaue;
IRACEMA ITIMURA ROCHA (27/03/1953), casada com Ivan Alberto Cesar Rocha, mãe de Isamara e Italo; avó de Yasmin e Arthur;
EDUARDO TERUO ITIMURA (12/06/1955), casado com Yuli Itimura, pai de Sussumo Neto, Vanessa, Luiz e Isabelle;
ISABEL TOSHIKO ITIMURA (19/02/1957), faleceu em data de 15/11/1978;
DENISE SHIGUEKO ITIMURA SHIDA (05/05/1959), casada com Angelo Kenji Shida, mãe de Angelo e Deborah;
LUIZ KATSUO ITIMURA (26/02/1962), casado com Lucy Tamura Itimura, pai de Priscilla, Thaísa, Luiz, Bárbara, Luana e Hugo.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

sábado, 1 de outubro de 2011

SUSUMO ITIMURA


Nascido no Japão, veio ao Brasil com um ano e nove meses de idade, fazendo do nosso país a sua terra do coração.
Como definido por ele próprio, foi criado debaixo de pé de café.
Pessoa de origem humilde, transformou-se de um colono de fazenda de café, na cidade de Matão/SP, num importante agropecuarista no cenário paranaense, proprietário de 49 fazendas, 03 indústrias, todas igualitariamente divididas entre seus quatro irmãos no ano de 1984.
Dentre lendas e verdades, é real a história do bilhete premiado, quando, como recebimento de uma venda de feijão, recebeu o pedaço de papel que acabou valendo 200 contos de réis.



Na sua juventude, a família ITIMURA mudou-se para Uraí/PR.
Nesta cidade, a família de Susumo Itimura adquiriu 60 alqueires de mata fechada, iniciando o cultivo de café.
Diante da falta de trabalhadores para desbravar o norte do Paraná, voltou para Matão/SP a fim de buscar 13 famílias para construir o que hoje é a cidade de Uraí.
Um dos seus pioneiros, o desenvolvimento da cidade uraiense sempre esteve acompanhado à situação vivenciada pelo Sr. Itimura.
No início da década de 1980, o município de Uraí foi considerado a CAPITAL MUNDIAL DO RAMI, sendo o que SUSUMO ITIMURA recebeu o título de Rei do Rami.
Naquela época, Susumo Itimura possuía diversas propriedades rurais na cidade destinadas ao plantio do rami, além de indústrias que transformavam a planta em fibra têxtil.
A cidade contava com 22 mil habitantes, sendo que mais de mil pessoas eram funcionários registrados por Susumo Itimura.
Além das propriedades rurais e empresas em Uraí, Sr. Itimura também possuiu bens em outros municípios, chegando a empregar 8 mil trabalhadores.
Sua capacidade administrativa foi reconhecida pelo Governo do Japão que no ano de 1989 homenageou-o com uma medalha de honra ao mérito, por ser um dos descendentes japoneses que mais se destacaram fora do território oriental.
Naquela ocasião, apenas 4 descendentes do mundo todo receberam a homenagem diretamente das mãos do Imperador do Japão.
Além disso, SUSUMO ITIMURA recebeu diversas outras homenagens ao longo de sua vida, no território nacional e internacional.
Susumo Itimura também se destacou no cenário político, sendo eleito por cinco vezes para ocupar o cargo de prefeito do município de Uraí, nas gestões de 1963/1967, 1973/1976, 1997/2000, 2005/2008 e 2008/2012.



Em todos os mandatos, SUSUMO ITIMURA trabalhou com HONESTIDADE, mantendo sempre o mesmo cuidado com o bem público.
Exemplo disso foi o que ocorreu na gestão de 1997/2000. Em 1997, quando Itimura assumiu o seu terceiro mandato, Uraí era uma das prefeituras com maior dívida da região.
Em razão da dívida municipal, os servidores municipais estavam três meses sem receber seus salários.
Em 2000, segundo levantamento realizado pelo Banco Central publicado na Folha de Londrina, Uraí era a cidade com a menor dívida do Paraná.
Durante esse mandato, os secretários municipais recebiam apenas um salário mínimo da prefeitura, mesmo assim porque não havia como trabalhar sem receber. O que aconteceu foi que, para desonerar o município, o Sr. Itimura complementava o salário dos seus secretários pagando-os pela sua empresa particular.
A incontestável HONESTIDADE justifica as vitórias obtidas por Susumo Itimura nas eleições disputadas.
Este é um pequeno resumo da vida de Susumo Itimura, que se encerrou no dia 29/09/2011, aos 93 anos de idade.
Por meio deste blog, tentarei contar fatos e relatos vivenciados por ele durante quase um século de vida.
Vanessa Itimura (neta)