quinta-feira, 17 de novembro de 2011

lindas palavras de um amigo

SUSSUMO ITIMURA
Um exemplo de vida.

Uraí acaba de perder seu filho mais ilustre, com todo o respeito para com tantos quanto o são. O diferencial é que LUIS ITIMURA, escolheu ser filho de Uraí. É isso mesmo. Ë filho de Uraí até por escolha sua. E para confirmar sua prefereencia adotou o cognome de LUIS, brasileiríssimo. Seu sonho foi fazer Uraí crescer tanto ou mais quanto fazia crescer suas fazendas. Para isso, e jamais pelo poder, se sujeitou a ser prefeito por tantas vezes.

Era economista, sociólogo, antropólogo, sem ter tido oportunidade de freqüentar os bancos escolares. Suas ações e suas palavras provavam seus conhecimentos nesses campos. Como economista, as parcas notícias de mercado que lhe chegavam lhe eram bastantes para ele alterar o rumo de sua produção e de seus negócios. Um amigo comum nosso, Sr Danilo Fernandes de Magalhães, gerente do Banco Brasil, dono de conhecimentos e cultura invejáveis, se declarava abismado com a percepção e intuição com que o Itimura dosava e direcionava suas atividades produtivas. Se era a hora certa de se endividar, de comprar fazenda, de diminuir o rami, o algodão ou aumentar o café.

Vou citar alguns fatos, passagens, verdadeiras sentenças, pérolas, suas que elucidam tamanhas clarezas da mente e sua firmeza de princípios.

O Economista. Estava ele para fechar a compra de uma grande fazenda de café bem formada e bem montada com uma entrada e saldo em dois anos. Fiz-lhe objeção sobre o tamanho da dívida. Ele calmamente me disse o seguinte, o preço da fazenda é apenas a entrada que vou dar. No ano que vem vai ser ano de grande carga do café para nós, o dinheiro esta desvalorizando (inflação) e, pelo que, estou comprando a fazenda’ pela entrada. Ela mesmo vai se pagar

O homem de principios firmes. Há mais de cinqüenta anos atrás, nosso herói nem pensava em ser prefeito lavrou uma sentença inesquecível. Uma pérola. Era o tempo que nosso orgulho nacional andava alto, pois tínhamos uma industria nacional de caminhões. O FNM. O fenemê já recebera o apelido de JOAO BOBO, pois vinha com a capacidade de 7.000 kg e transportava 10.000. Numa roda o Sr Luis, desolado, nos contou que um dos seus JOAO BOBO, pela terceira vez quebrou o diferencial lá em Sorocaba e que ele precisava mandar socorro para recuperar o caminhão. Então um dos presentes lhe perguntou : Oh seu Luis, porque que o Sr não vende esse caminhão? Oh seu Gastão EU não posse vender esse caminhão. Sei que ele dá muita despesa mas eu consigo pagar. Se eu vender o caminhão para alguém que vai tirar seu sustento dele, eu vou quebrar esse trabalhador...

O sociólogo/antropologo. O Itimura já prefeito pela primeira vez, asfaltou a Rua secundária que passava pelo Ginásio Assunção. Minha mulher na intimidade o interpelou porque que o Sr não asfaltou mais um pedaço da avenida? Obteve uma resposta de uma clareza contundente:- Ah, Dona Cirene, EU FICOCOM MUITA DÓ PORQUE SÃO QUATROCENTOS PES DE CRIANCINHAS AMASSANDO BARRO TODO O DIA PARA CHEGAR LA NO GINASIO PARA APRENDER. Reparem a profundeza da frase. Não são duzentas crianças. São quatrocentos pés. E não é a toa. É para APRENDER..

Ainda dentro dessa linha de pensar no próximo. O Uraiense Luis Itimura comprou uma fábrica usada para produzir barbante de rami. Perguntei-lhe, Sr Luis o Sr não tem receio de comprar máquinas velhas?

A resposta de quem sabia o que estava fazendo: Oh Sr Waldir, Eu sei que vai custar, Mas rami nós temos o que é preciso e criar emprego para as moças de Uraí.

O contribuinte consciente:- Ao processar sua Declaração ao Imposto de Renda, eu, como Coletor Federal, lhe disse, puxa como deu alto seu Imposto. É, seu Waldir, é preciso pagar para o Governo poder cuidar do povo.!!!

Quem teve a oportunidade de conviver com tão ilustre filho de Uraí terá tido a oportunidade de colecionar um rosário de pérolas em sábios ensinamentos.

Que sua memória não se perca e possa ser de ensinamento vivo para nós que ficamos

Waldir Simões de Assis ( Amigo do saudoso Itimura).

terça-feira, 15 de novembro de 2011

SUSUMO ITIMURA e Antonio Ueno

o Estado do Paraná perdeu dois políticos conhecidos no cenário nacional na mesma semana: Susumo Itimura faleceu no dia 29/09/2011 e Antonio Ueno faleceu no dia 30/09/2011.. (fonte - São Paulo Shimbum)

comício eleitoral - 2004


Prefeito ITIMURA, vice DR. WANDERLEY

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

o FAIRLANE cor de rosa


Por diversas vezes, SUSUMO ITIMURA contou histórias e comentários sobre sua mãe Massu.. Sempre destacou a seriedade e rigidez na sua educação, de seus irmãos, filhos e sobrinhos.. MASSU sempre deu muita importância à união entre seus filhos, aprendizado que SUSUMO ITIMURA repassou a seus descendentes.
Uma história interessante que pode revelar a semelhança entre os dois se refere ao veículo FORD FAIRLANE adquirido para MASSU ITIMURA no ano de 1958, zero quilômetro.. O veículo era enoooooorme, COR DE ROSA, com banco de couro VERMELHO e o volante COR DE ROSA!!! No ano seguinte, 1959, SUSUMO ITIMURA levou o veículo para ser trocado por um novo, também zero quilômetro.. O novo veículo era azul, de modelo idêntico ao anterior, só que NOVO!!!
Ao retornar à casa com o presente para a mãe, SUSUMO ITIMURA foi surpreendido pela interrogação: “que carro é esse??”.. Todo empolgado, explicou que trocou o veículo por um mais novo, de valor superior.. O que não esperava era a reação de sua mãe MASSU: “o carro era meu e eu não autorizei a troca.. quero o meu de volta!!!”
Imediatamente, SUSUMO ITIMURA foi desfazer a troca, despendendo mais um valor, uma vez que a desfeita não foi primeiramente aceita.. Ou seja, teve que pagar mais uma quantia além da já paga pela troca do veículo por um zero quilômetro.
O FAIRLANE ficou na família por quase 50 anos, quando foi vendido para um colecionador de veículos antigos..

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

reportagem póstuma


Pouco antes de fazer dois anos, Susumo Itimura aportou no Brasil vindo do Japão. No interior de São Paulo, cresceu debaixo dos pés de café, como gostava de dizer.
Mas foi no Paraná, para onde se mudou na juventude, que o agricultor se tornou nos anos 80 o "rei do rami", fibra utilizada na indústria têxtil.
Nos tempos áureos, teve 49 fazendas e três fábricas. Só em Uraí, a 428 km de Curitiba e com ...população atual de 11.472 habitantes, possuía mais de mil funcionários.
A neta Vanessa conta quena década de 80 o avô recebeu do governo japonês uma medalha pelo destaque. Hoje, porém, o rami não é mais cultivado. Susumo passou a se dedicar ao café e à soja.
Uraí ele governou por cinco vezes. Em 2008, elegeu-se pelo PSDB na condição de prefeito mais velho do país.
Sua primeira vitória foi em 1963, pelo PSD-UDN, e a segunda, em 1972, veio pela Arena. Em 1978, no dia das eleições, perdeu uma filha num acidente de carro e decidiu se afastar da política. Só retornaria na década de 90 - foi eleito em 1996 pelo PDT.
Aos 93 anos, com um patrimônio de R$ 55 milhões declarado na Justiça Eleitoral, comandou a cidade até junho deste ano, quando a Câmara decidiu cassá-lo devido às suspeitas de pagamentos irregulares e uso de notas frias.
Segundo a família, a decisão foi por interesses políticos.
Até o fim da vida, esteve no comando dos negócios. O estresse pelo qual passou, diz a neta, levou-o a ser internado. Sofria de insuficiência respiratória e cardíaca. Morreu na quinta, devido a insuficiência renal. Deixa seis filhos, vinte e dois netos e sete bisnetos.
(Reportagem de Estêvão Bertoni, publicada na FOLHA DE SÃO PAULO, em 04/10/2011)

Marcas da infância

A infância de Susumo Itimura, no interior paulista, não foi um período de recreação. Era trabalho em cima de trabalho. Tudo o que aprendeu foi na escola da vida.
Uma passagem que muito o marcou - conta - foi quando jovem, trabalhando no meio do café, no interior paulista, viu passar um inglês daquela propriedade, a cavalo, e nem sequer lhe disse bom dia ou qualquer outro cumprimento. Essa frieza do inglês foi uma ofensa para Susumo.
'Tudo bem que ele era o chefe e eu o empregado; não custava, porém, fazer ao menos um cumprimento. Pois assim ele estaria me tratando como gente, mas nem isso. Aquilo me deixou muito revoltado, achava que não era assim que as pessoas tinham que ser. Quando cheguei em casa, naquele dia, me olhei bem de frente ao espelho para saber se eu também era gente, pois não aceitava ser tratado como um animal.'
Mas Susumo confessa que o tempo foi apagando todas essas revoltas da infância. 'Cresci com uma coisa na cabeça: não maltratar as pessoas simples com humilhação. O contrário, fazer diferente daquilo que fizeram comigo. É por isso que procuro tratar bem e respeitar meus funcionários como gente." Um gesto que faz todas as vezes em que visita a colônia de mais de 100 casas que construiu para seus funcionários, em alvenaria, com água encanada e energia elétrica, é dar balas às crianças. 'Elas precisam ser tratadas com carinho', diz.
(Reportagem de Edinelson Alves, publicada na Folha de Londrina, em 18/06/88)

sexta-feira, 7 de outubro de 2011


SUSUMO ITIMURA foi casado com MUTSUYO ITIMURA e teve 7 filhos, 22 netos e 7 bisnetos:
ESTER ITIMURA MORI (12/02/1942), casada com Yassuo Mori, mãe de Ana Cristina, Adalberto , Adalzisa, Adauto e Adriane; avó de Rodrigo, Felipe e Bruno;
JOÃO TETSURO ITIMURA (20/07/1950), casado com Vera Lúcia Sakashita Itimura, pai de Verônica , Patrícia e Luciana; avô de Letícia e Kaue;
IRACEMA ITIMURA ROCHA (27/03/1953), casada com Ivan Alberto Cesar Rocha, mãe de Isamara e Italo; avó de Yasmin e Arthur;
EDUARDO TERUO ITIMURA (12/06/1955), casado com Yuli Itimura, pai de Sussumo Neto, Vanessa, Luiz e Isabelle;
ISABEL TOSHIKO ITIMURA (19/02/1957), faleceu em data de 15/11/1978;
DENISE SHIGUEKO ITIMURA SHIDA (05/05/1959), casada com Angelo Kenji Shida, mãe de Angelo e Deborah;
LUIZ KATSUO ITIMURA (26/02/1962), casado com Lucy Tamura Itimura, pai de Priscilla, Thaísa, Luiz, Bárbara, Luana e Hugo.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

sábado, 1 de outubro de 2011

SUSUMO ITIMURA


Nascido no Japão, veio ao Brasil com um ano e nove meses de idade, fazendo do nosso país a sua terra do coração.
Como definido por ele próprio, foi criado debaixo de pé de café.
Pessoa de origem humilde, transformou-se de um colono de fazenda de café, na cidade de Matão/SP, num importante agropecuarista no cenário paranaense, proprietário de 49 fazendas, 03 indústrias, todas igualitariamente divididas entre seus quatro irmãos no ano de 1984.
Dentre lendas e verdades, é real a história do bilhete premiado, quando, como recebimento de uma venda de feijão, recebeu o pedaço de papel que acabou valendo 200 contos de réis.



Na sua juventude, a família ITIMURA mudou-se para Uraí/PR.
Nesta cidade, a família de Susumo Itimura adquiriu 60 alqueires de mata fechada, iniciando o cultivo de café.
Diante da falta de trabalhadores para desbravar o norte do Paraná, voltou para Matão/SP a fim de buscar 13 famílias para construir o que hoje é a cidade de Uraí.
Um dos seus pioneiros, o desenvolvimento da cidade uraiense sempre esteve acompanhado à situação vivenciada pelo Sr. Itimura.
No início da década de 1980, o município de Uraí foi considerado a CAPITAL MUNDIAL DO RAMI, sendo o que SUSUMO ITIMURA recebeu o título de Rei do Rami.
Naquela época, Susumo Itimura possuía diversas propriedades rurais na cidade destinadas ao plantio do rami, além de indústrias que transformavam a planta em fibra têxtil.
A cidade contava com 22 mil habitantes, sendo que mais de mil pessoas eram funcionários registrados por Susumo Itimura.
Além das propriedades rurais e empresas em Uraí, Sr. Itimura também possuiu bens em outros municípios, chegando a empregar 8 mil trabalhadores.
Sua capacidade administrativa foi reconhecida pelo Governo do Japão que no ano de 1989 homenageou-o com uma medalha de honra ao mérito, por ser um dos descendentes japoneses que mais se destacaram fora do território oriental.
Naquela ocasião, apenas 4 descendentes do mundo todo receberam a homenagem diretamente das mãos do Imperador do Japão.
Além disso, SUSUMO ITIMURA recebeu diversas outras homenagens ao longo de sua vida, no território nacional e internacional.
Susumo Itimura também se destacou no cenário político, sendo eleito por cinco vezes para ocupar o cargo de prefeito do município de Uraí, nas gestões de 1963/1967, 1973/1976, 1997/2000, 2005/2008 e 2008/2012.



Em todos os mandatos, SUSUMO ITIMURA trabalhou com HONESTIDADE, mantendo sempre o mesmo cuidado com o bem público.
Exemplo disso foi o que ocorreu na gestão de 1997/2000. Em 1997, quando Itimura assumiu o seu terceiro mandato, Uraí era uma das prefeituras com maior dívida da região.
Em razão da dívida municipal, os servidores municipais estavam três meses sem receber seus salários.
Em 2000, segundo levantamento realizado pelo Banco Central publicado na Folha de Londrina, Uraí era a cidade com a menor dívida do Paraná.
Durante esse mandato, os secretários municipais recebiam apenas um salário mínimo da prefeitura, mesmo assim porque não havia como trabalhar sem receber. O que aconteceu foi que, para desonerar o município, o Sr. Itimura complementava o salário dos seus secretários pagando-os pela sua empresa particular.
A incontestável HONESTIDADE justifica as vitórias obtidas por Susumo Itimura nas eleições disputadas.
Este é um pequeno resumo da vida de Susumo Itimura, que se encerrou no dia 29/09/2011, aos 93 anos de idade.
Por meio deste blog, tentarei contar fatos e relatos vivenciados por ele durante quase um século de vida.
Vanessa Itimura (neta)